segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Painel 5 - Respostas hormonais aos exercícios/ Exercícios Físicos X Patologias

No quinto painel da apresentação sobre Bioquímica do exercício foi falado sobre as respostas hormonais à prática de exercícios físicos. Os hormônios citados foram insulina, glucagon, hormônio do crescimento humano (GH), endorfina, leptina e grelina.

A seguir uma explicação sobre cada um de acordo com o que foi falado nas apresentações e alguns detalhes que deixaram de ser comentados.

Insulina e Glucagon:

A insulina é um hormônio produzido pelas células beta das ilhotas de Langerham no pâncreas e é um indicador do aumento da glicemia no plasma.



Ela é responsável por regular o metabolismo da glicose por todos os tecidos, com exceção do cérebro. Seus efeitos decorrem do aumento da velocidade de transporte da glicose para dentro das células musculares e do tecido adiposo. A parte dessa glicose que não é catabolizada de imediato para a obtenção de energia é armazenada como glicogênio hepático, muscular ou no tecido adiposo na forma de triglicerídeos. Conclui-se, portanto, que ela é um hormônio hipoglicemiante (que baixa a glicemia do plasma).




Ante a presença de trabalho muscular há uma diminuição na liberação de insulina, isto ocorre para que a glicose se torne mais disponível de forma direta para a atividade, visto que ela pára de ser transformada em glicogênio. A insulina é um hormônio antagônico ao glucagon e este passa a ser liberado em maior velocidade sinalizando a necessidade de um novo suprimento de energia para o trabalho muscular, principalmente como forma de tornar a glicose mais disponível para a atividade. A supressão de insulina é proporcional a intensidade do exercício, ou seja, quanto mais intenso o exercício maior será a concentração de insulina liberada no plasma durante sua realização.


O glucagon tem como principal função provocar o aumento da concentração de glicose no circulante no sangue, por meio das vias da glicogenólise e gliconeogênese hepáticas, motivo pelo qual é chamado de “o antagonista da insulina” (McArdle, Katch & Katch, 1988). Ele é secretado frente a baixos níveis de glicose plasmática do sangue que flui pelo pâncreas. Em situações de estresse metabólico como jejum ou exercício físico, as células alfa das ilhotas de Langerham são estimuladas liberando glucagon e posteriormente glicose pelo fígado na corrente sangüínea. Conclui-se portanto que, ao contrário da insulina, o glucagon tem sua concentração aumentada no plasma durante a prática de atividade física afim de suprir, por meio da ativação das citadas vias, a necessidade celular de energia.

Hormônio do crescimento humano (GH):


O hormônio do crescimento é produzido pela glândula hipófise. Dentre suas principais funções estão sua capacidade de aumentar a captação de aminoácidos e de síntese protéica pelas células e redução da quebra das proteínas; por ser um hormônio lipolítico, ele acentua a utilização de ácidos graxos como fonte de energia em detrimento do uso de glicose com conseqüente diminuição da adiposidade; estimulação do crescimento tecidual, cartilaginoso e ósseo e ele age harmonia com o glucagon estimulando a via gliconeogênica.

A atividade física estimula a
secreção de GH e para se determinar a quantidade deste hormônio produzida pela atividade física basta considerar sua intensidade que deve ser diretamente proporcional a produção do GH. Para que ele tenha uma ação efetivamente eficaz é necessário que o organismo esteja devidamente suprido de suas necessidades protéicas principalmente.
As endorfinas:

A endorfina é também um dos hormônios liberados pela glândula hipófise. Ela é responsável no atleta por amenizar as sensações de dor causadas por treinamentos intensos e lesivos e é também por causar um sentimento de euforia pós atividade física. Porém vale ressaltar que este sentimento de euforia ocorre em atletas, ou seja, em pessoas que tem a atividade física como algo regular em suas vidas, não esporádico. Pessoas consideradas sedentárias não sofrerão esta mesma ação das endorfinas, mas caso passem a praticar exercícios físicos elas passarão a este estágio a partir da terceira semana de atividade regular (podendo variar para cada indivíduo).



Foi abordado o fenômeno conhecido como “o barato dos corredores”, que explica essa euforia sentida pelos atletas após seus trabalhos físicos. A endorfina que tem seus níveis até duplicados no plasma e aumentados no cérebro durante a atividade física, age sobre o sistema límbico e no lobo pré-frontal, áreas cerebrais responsáveis pelo prazer e pelas emoções.
O barato ocorre geralmente entre atletas de atividades aeróbicas de baixa intensidade e duração média a longa, ou seja, períodos acima de meia hora. O “barato dos corredores” é um dos motivos que pode levar ao vício pela pratica de atividades físicas por parte dos atletas.
As atividades físicas estimulam a secreção de endorfinas.
OBS.: Nas imagens acima estão representadas uma β-endorfina e uma pimenta,estimulante da liberação de endorfinas.

Grelina e Leptina:
A grelina e a leptina são dois hormônios ligados a obesidade. A grelina atua na regulação do balanço energético a curto prazo e é um estimulante da produção do hormônio GH. A leptina é conhecida como “hormônio da saciedade” e auxilia no aumento do gasto energético. Em situações de exercício físico os níveis de leptina diminuem o que mostra que há também uma gradativa diminuição nas quantidades de células adiposas onde o hormônio ésintetizado.




Para saber mais sobre estes hormônios clique aqui.











FADIGA: Há três considerações de causa para a fadiga.


Fadiga devida a fatores que precedem a formação de pontes cruzadas => tem a ver com a liberação de cálcio pelo reticulo sarcoplasmático em conseqüência da despolarização muscular e é essencial para a ativação da conjunção excitação/concentração.


Fadiga devida a inibição do produto => Aquela que se baseia na produção de produtos formados pela dissociação do AC. Láctico _ hidrogênio e lactato _ como os causadores da fadiga muscular.


Fadiga associada a interrupção do suprimento de energia: Declínio gradual de suprimento de ATP ou aumento do acúmulo de ADP causado pela ausência de fosfocreatina e uma queda na taxa de hidrolise do glicogênio.


Exercícios físicos X Patologias:

É sabido que a prática de exercícios físicos é normalmente benéfica a saúde dos indivíduos. Ela pode ser um fator agente na diminuição do risco de doenças cardiovasculares, auxiliar no tratamento de diabetes, diminuir a obesidade levando o indivíduo a atingir o peso ideal para o perfeito funcionamento de seu organismo, além de reduzir significativamente, quando não completamente as doenças conseqüentes da obesidade, dentre outros benefícios.











Nutrição e Exercícios Físicos

Bem, como último tema da apresentação do painel foi dado um enfoque nas necessidades nutricionais de um atleta ou praticante de atividade física antes, durante e após o trabalho físico.

Carboidratos:








Sabe
-se que normalmente a maior parte da dieta de um indivíduo é composta da ingestão de carboidratos. Estes compostos são altamente energéticos sendo lançados na corrente sanguínea na forma de glicose e estimulando assim a secreção da insulina.

Os carboidratos devem ser ingeridos antes, durante e após a performance do atleta. Eles são a principal fonte de energia durante exercícios de intensidade alta e naqueles de intensidade média e constante oferecem energia de forma equilibrada com os ácidos graxos.

Durante a prática de um exercício mais intenso eles devem ser repostos constantemente afim de que as reservas de glicogênio muscular não sejam depletadas levando o atleta a fadiga. O constante suprimento de carboidratos durante a atividade física também é responsável por poupar as proteínas de serem degradadas e utilizadas como fonte de energia básica.

Após o término do trabalho físico é necessário que o atleta reponha gradativamente os seus estoques de glicogênio muscular por meio de uma alimentação rica em carboidratos.




Proteínas:


As proteínas são compostos que atuam na constituição tecidual orgânica tendo um importante papel na composição estrutural do corpo. Elas atuam também como enzimas, hormônios e na composição do aparelho contrátil muscular. Para tanto, elas não devem ser utilizadas como fonte primária de energia durante a atividade física.

O ideal é que o praticante do exercício reponha os carboidratos que perdeu durante o treinamento ou competição afim de que, naquele momento, as proteínas preservem sua identidade estrutural.

É válido lembrar que, embora as proteínas não sejam a ideal fonte de energia para
o organismo, em períodos prolongados de jejum, como durante o sono, elas são utilizadas para este fim, não sendo portanto uma fonte que só poderá ser utilizada para fornecer energia quando todas as reservas glicídicas e/ou lipídicas do corpo tiverem se esgotado.

Lipídios:


Os ácidos graxos são produtos da lipólise dos triacilgliceróis bem como glicerol. Eles são compostos extremamente energéticos, mas que sofrem uma degradação mais lenta do que a sofrida pelos carboidratos. Esta degradação lenta faz com eles sejam muito bem aproveitados em exercícios de intensidade média e de longa duração. É fácil entender o motivo. Neste tipo de exercício os lipídios têm tempo para serem degradados e disponibilizados como fonte primária de energia. A sua reposição após o exercício deve ser feita de forma moderada visto que, os glicídios já repostos também serão utilizados para repor os triacilgliceróis perdidos.





Eletrólit
os:

Sua perda durante o exercício físico ocorre por meio do suor e o total deles que é perdido depende da taxa de sudorese do atleta. Eles devem ser repostos de forma adequada afim de que o indivíduo não sofra posteriores desequilíbrios eletrolíticos como a desidratação.

Além da água contida no suor, o atleta perde também sódio e potássio. Se chegar a um estado de desidratação ele apresentará uma maior concentração plasmática de sódio. Quanto maior o estresse fisiológico mais grave será a desidratação. A partir de 2% de alteração no peso corporal do atleta por sudorese ele já apresenta um desidratação que pode levá-lo a um declínio na performance cognitiva e mental.

O atleta ou qualquer outro individuo_ só deve beber água quando sentir sede? A resposta é NÃO! A sede não é um bom parâmetro para a tomada da decisão de ingerir líquidos pois ela já é um quadro que indica um certo grau de desidratação.

E beber muita água é a atitude ideal a se tomar antes de iniciar os exercícios? A resposta também não. Esta atitude pode levar a um quadro de hiper-hidratação que tem como conseqüências edema pulmonar, vômitos, dores de cabeça, mãos e pés frios, fadiga intensa, confusão mental e desorientação.

O ideal é que o atleta tenha por hábito a ingestão de líquidos. Ela deve ser iniciada antes do exercício físico e com o devido aporte de eletrólitos. Durante o exercício recomenda-se a ingestão de água, e se possível adicionada de carboidratos mais eletrólitos, que também devem ser repostos durante a atividade, em uma média de 10 a 15 minutos de intervalo. Ao final do trabalho físico a quantidade ideal de líquidos a ser ingerida é a suficiente para repor o quanto foi perdido durante a performance.


Postado por Carolina.

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